terça-feira, 15 de setembro de 2009

Horizontes

A SBC está com uma publicação voltada essencialmente para os estudantes de graduação e pós-graduação em computação no Brasil. Trata-se da Horizontes, que apresenta um caráter mais informativo do que científico. Nela é possível encontrar artigos com dicas para maximizar o potencial acadêmico e profissional dos estudantes.

Um exemplo é este artigo que dá orientações nos processos de pesquisa bibliográfica. É útil não apenas para trabalhos de pesquisa mas também para o fortalecimento do material bibliográfico utilizado em sala de aula.

Cabe salientar que a Horizontes é aberta, não necessitando o leitor ser sócio da SBC.

domingo, 30 de agosto de 2009

Ainda sobre a Inteligência Coletiva na Internet.

Acho que não estou falando sozinho.

Depois de ler o post deste link, assista a entrevista de Pierre Lévy, abaixo.


Parte 1:



Parte 2:

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Pergunta da Hora

Como obter a liberdade plena de produção de conhecimento, exercer toda a potencialidade crítica e criativa, conciliando o conhecimento já existente, independente da sua origem, adequando-o à realidade nacional e/ou regional?

Como obter a libertação plena estando o pesquisador sujeito a mecanimos de avaliação que medem justamente o quanto ele está submetido ao processo imposto por uma realidade externa a sua?

A Internet como Inteligência Coletiva

O portal Inovação Tecnológica (www.inovacaotecnologica.com.br) traz uma excelente entrevista com Joel de Rosnay, onde é apresentada uma síntese do seu pensamento em torno de uma auto-organização não consciente do conteúdo da internet. Joel possui alguns livros publicados em que ele descreve por meio de metáforas de origem biológica e tecnológica reflexões a respeito do futuro da civilização a partir de uma grande rede de comunicação que integra todas os meios existentes (internet, televisão, satélite, telefone, rádio, etc.). O link da entrevista é este: http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=internet-esta-se-auto-organizando-metacomputador-global&id=010150090720

Entretanto, para que a internet se torne este organismo vivo que Joel afirma que ela é, algumas etapas nesse processo evolutivo ainda devem ser cumpridas.

A Internet ainda hoje é uma grande base de dados, sem relações formais estabelecidas entre os diversos conteúdos que possui. Visto como um organismo vivo, é como se ela apresentasse boa parte dos órgãos, mas sem os diversos mecanismos que permitem a circulação de sangue, enzimas, e outros compostos químicos que fazem parte da sua dinâmica. De fato, é esta característica ainda ausente na Internet: dinamismo. Todo conteúdo tem um caráter estanque, na medida em que ele existe apenas para justificar a si mesmo, e não para que sirva de base, apoio, ou fonte para qualquer outro ponto da rede. O conteúdo não é armazenado, formatado ou apresentado para que sirva como fonte para outros nodos da rede.

A chamada Web 2.0 é uma tentativa inicial de dar um caráter mais dinâmico a Internet, permitindo que o conteúdo gerado por uma fonte possa ser usado por outros locais da rede. Entretanto, trata-se apenas de uma replicação de conteúdo, sem qualquer tipo de filtragem. Nesse sentido, é apenas como se o sangue de um organismo servisse a todas as suas necessidades, sem a necessidade de outros elementos específicos a cada órgão, músculo, tecido ou célula. Sabidamente, o sangue serve como meio de transporte a uma série de microorganismos que servem aos mais diferentes propósitos dentro do corpo. Cabe a cada órgão, retirar dos órgãos os elementos necessários ao seu funcionamento.

Este é próximo passo na internet: a verdadeira incorporação de um caráter dinâmico, realizando diferentes processos de filtragem e tratamento da informação, de modo que esta seja adequada as especificidades de cada um dos elementos constituintes da rede. Neste sentido, a Web Semântica tende a ser solução indicada para estes requisitos. Permitir um tratamento da informação de modo a armazena-la, manipulá-la e apresentá-la segundo as particularidades e objetivos de cada um dos elementos constituintes da rede.

Contudo ainda há um elemento necessário para que esta dinâmica inicie: o cérebro. O cérebro gera as inferências conscientes e inconscientes para o perfeito funcionamento do organismo sempre no sentido do seu objetivo maior: a sobrevivência do ser. Não obstante, este ser está ainda inserido em um ambiente com outros seres iguais e de espécies diferentes, gerando todo um aspecto social da sua existência.

Do ponto de vista da rede como um organismo vivo, esta é a etapa final para um verdadeiro sistema vivo e auto-organizável como pleiteia Joel. Deste modo, a rede será formada por um conjunto grande de sistemas com objetivos próprios que cooperarão com outros sistemas. As atuais base de dados estáticas que simplesmente lançam e emprestam conteúdo a rede serão transformadas em fontes de informação sujeitas a algoritmos baseados em Web Semântica que inferiram apenas o conteúdo necessário aos interesses de seu mecanismo controlador.

Não se trata de uma inteligência e de uma sociedade que competirá por recursos com a seres vivos, mas que servirá aos propósitos destes, operando segundo um modelo baseado no seu funcionamento. E tão somente isso.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Ciência na Prática

Uma das imagens mais marcantes da história da ciência é a de Issac Newton sentado embaixo de um pé de maçã, quando uma destas frutas cai sobre a sua cabeça. Segunda a lenda, é neste instante que Newton, que é um dos maiores cientistas da história, descobre a Lei da Gravidade. Contudo, a lenda se confunde com o modo como se entendia, até então, o que era fazer ciência. 

O mal entendido da-se uma vez que se tem a impressão que em um assombro de genialidade, Newton associou a queda da maçã a uma força de natureza gravitacional que a atraiu para a terra. É impensável, mesmo para o gênio Issac Newton, que uma teoria da magnitude da Lei da Gravidade tenha sido elaborada simplesmente pela observação da queda de uma maçã. Esta teoria foi obra de anos de pesquisa sobre o assunto. 

De fato, uma teoria não nasce da noite para o dia, nem em uma hora de descanso debaixo de uma árvore. Até a sua elaboração e validação, são necessárias várias horas de estudo a respeito do estado da arte sobre um determinado assunto, a elaboração de hipóteses sobre um novo conjunto de conhecimentos e sua devida experimentação. O ordenamento destas etapas e o papel que cada uma representa num processo de investigação científica foi, e ainda é, tema de dabate entre os epistemólogos

A epistemologia é o estudo da investigação científica e seu produto, o conhecimento científico. Dentro do contexto abordado neste texto, a epistemologia é utilizada para analisar o papel das etapas empregadas em um processo de investigação científica. Através dos anos, este processo foi modificado até alcançar o estágio que se encontra hoje em dia, assim como qualquer teoria científica. 

A lenda a respeito da maçã que caiu sobre a cabeça de Newton teve respaldo no método em que ele empregava. Segundo Newton, uma teoria científica nasce da observação da natureza, por meio dos nossos orgãos sensores, e o cientista tem a função de relacionar suas observações a uma teoria. Deste modo, uma teoria científica tem o papel de retratar em uma linguagem matemática os fenômenos da natureza. Segundo este método, denominado método indutivo, uma teoria expressa os fenômenos da natureza em uma relação direta com a realidade. O método é denominado indutivo por que o cientista deve induzir sua teoria a partir das observações que faz. Ainda uma premissa importante para o método indutivo é que o cientista deve se abster de qualquer conhecimento ou avaliação anterior ao experimento. 

Contudo, o avanço da ciência demonstrou que o método indutivo tem premissas inválidas e permutadas.  Uma nova teoria nasce a partir da avaliação de um contexto atual, o que invalida a idéia de abstenção de conhecimento anterior. Uma teoria, via de regra, surge a partir da reavaliação de uma formulação anterior, o que implica necessariamento uma avaliação do estado da arte. A partir desta avaliação, deve-se pressupor um conjunto de hipóteses que serão posteriormente avaliadas em experimentação. A experimentação tem a função de confrontar os resultados da teoria com aqueles obtidos junto ao fenômeno analisado. 

Não obstante, a idéia de verdade científica é reavaliada, apresentando um caráter transitório e temporal, até que uma uma nova teoria vem substituir aquela estabelecida anteriormente. Em ciência, uma verdade nunca é definitiva. 

Assim, uma teoria científica deixa de ter a função de retratar a realidade dos fenômentos naturais, e passa a ser um meio de representação destes fenômenos utilizando uma linguagem simbólica e abstrata restrita ao seu domínio de representação.